NECRONOMICON
Segundo os ocultistas, o Necronomicon ou o Livro dos Nomes Mortos, é uma compilação de "nomes proibidos” feita pelo árabe Abdul Alhazred em Damasco, em 750. O livro é uma longa lista de entidades cósmicas (demônios, se você preferir) extremamente poderosas que habitaram a Terra antes do homem. A simples pronúncia dos seus nomes é suficiente para invocá-las. Tente você mesmo: Cthulhu, Nyarlathotop, Azathoth.
O livro teria sido traduzido para o latim e, mais tarde, queimado pela Inquisição, mas, apesar de tudo, sobrevivido. Parece história de filme B, né? Mas é mais complicado. O Necronomicon é, na verdade, uma criação literária do escritor americano H. P. Lovecraft (1890-1937), que queria deixar suas histórias góticas ainda mais bizarras. Nunca existiu, nunca foi traduzido, nada. Os ocultistas, no entanto, dizem que o Necronomicon existe sim e que Lovecraft conhecia o livro, mas não o inventou. Uma versão em inglês, traduzida por John Dee (1527-1608), místico e matemático que viveu na corte de Elizabeth I, teria sobrevivido longe da Inquisição. O aventureiro-boêmio-místico-picareta ALEISTER CROWLEY (1875-1947) também afirmava possuir um exemplar em cima do criado-mudo.
Mas, afinal, Lovecraft criou ou não criou a porcaria do livro? Sim e não, se aceitarmos a teoria de Jorge Luis Borges. Segundo Borges, ao criar o Necronomicon, Lovecraft o tornou real. E, portanto, todas as criaturas que estão dentro dele. Se você pronunciou alguns daqueles nomes, o problema é seu.
Fonte: Conspirações, de Edson Aran.