15 de dezembro de 2007


A mídia é uma máquina onde entra um homem e sai um hambúrguer.

Mario Vargas Llosa


O governo não pode dar nada ao povo que, antes, não tenha sido tirado deste mesmo povo. E tudo aquilo que um homem recebe, sem trabalhar, um outro homem teve que trabalhar, sem receber.

Kenneth W. Sollit


Há duas razões para qualquer coisa: uma boa razão e a razão verdadeira.

Winston Churchill


Quando eu era jovem pensava que o dinheiro era a coisa mais importante do mundo; hoje tenho certeza.

Oscar Wilde


Alguns juízes são absolutamente incorruptíveis. Ninguém consegue induzi-los a fazer justiça.

Bertolt Brecht


O que odeio em uma briga é que sempre interrompe uma discussão.

G.K. Chesterton


O luxo arruína as repúblicas, a pobreza arruína as monarquias.

Montesquieu


O médico me disse que devo acabar com os meus jantares íntimos para quatro pessoas. A não ser que eu tenha três visitas.

Orson Welles

14 de dezembro de 2007

As letras do Brasil segundo Nejar



"Segundo alguns, Olavo Bilac foi um versemaker de talento e graça, com o que discordamos totalmente. Artista do verso, sim, porém não se deixou sufocar no mármore frio da arte pela arte, ou no verbalismo de um versejador – emotivo, erótico, vibrante, legou-nos poemas lapidares, no quais a poesia irrompe da forma, incendeia-se o verbo, desencadeia invenções e achados."


"A linguagem de Drummond tem sapatos grandes. Toca o solo fundo da condição humana, sem deixar de trazer à baila toda a indormida mitologia. Sua arte rigorosa é a das coisas findas. Confessando diante do futuro: As coisas findas / muito mais que lindas / essas ficarão."

"Foi o poeta (João Cabral de Melo Neto) que conseguiu ser o maior artista do verso de nossa língua portuguesa – aqui e além. E também o mais regular. Errou menos, acertou quase sempre, alcançando alguns píncaros altíssimos (por exemplo, Morte e Vida Severina, monumento nacional dos nordestinados), jamais descendo ao vale."

"Mario Quintana introduziu na poesia um humor lírico, às vezes evasivo, suficiente, malicioso, inteligente. O humor que ri com seus fantasmas, de quem nunca se libertou, nem quis libertar-se. Sua poesia desde o princípio na imagética é igual. Mudou apenas no tom mais sofrente."


"Feito o balanço, se do Concretismo em si não resultou poesia – tendo sido mais isoladores que condutores da corrente elétrica, na lição de Novalis, o mesmo não se pode dizer antes, ou depois do Movimento, com o salto-conteudístico-participante de Décio (Pignattari) e os irmãos (Haroldo e Augusto de) Campos."


Fonte: Carlos Nejar in História da Literatura Brasileira; 2007.

7 de dezembro de 2007

Excertos de Bernardo Carvalho



"As celebridades e os reality shows fazem parte do mesmo universo dos blogs pessoais e de uma literatura que, originária e devedora dos blogs, foi reduzida a crônica, expressão da opinião e da experiência pessoal. A exemplo da encenação pública da intimidade, o eu dos blogs é uma projeção que se realiza numa segunda realidade, numa rede de inter-relacionamentos constituída por confrarias cujos parâmetros são os seus próprios limites, o elogio do igual, a reiteração do mesmo e a execração do diferente."


"Não se produz pensamento; tomam-se partidos. As idéias foram reduzidas a representações sociais. Basta que cada um fale e seja reconhecido como representante do seu grupo social (e que muitas vezes se aproveite disso para respaldar a banalidade ou a demagogia do que diz). O que conta não é o teor das idéias (em geral, as mais simplistas), mas que sirvam para identificar o lugar social de quem as manifesta no campo de batalha. Essa aparente desordem apenas encobre uma ordem geral, o consenso em torno da realidade como um campo de forças autônomo, um teatro de ação e reação, imune à reflexão e à inteligência. Na recém-publicada edição espanhola dos artigos e palestras do dramaturgo francês Enzo Cormann, "Para que Serve o Teatro?", o autor diz que o teatro, por ser reflexão, "consiste em reinjetar subjetividade num corpo social entrevado pelo uniforme demasiado estreito do pragmatismo econômico" – ou (por que não?) do realismo oportunista que reivindica para si uma pretensa objetividade, condenando toda produção subjetiva à impotência e ao ridículo, como se dela não fizesse parte."

5 de dezembro de 2007

Esta noche me emborracho (1927)


Letra y Música: Enrique Santos Discépolo

Sola, fané y descangayada
la vi esta madrugada salir de un cabaret.
Flaca, dos cuartas de cogote,
y una percha en el escote, bajo la nuez.

Chueca, vestida de pebeta,
teñida y coqueteando su desnudez;
parecía un gallo desplumao,
mostrando al compadrear su cuero picoteao.
Yo que se cuando no aguanto más,
al verla así rajé, pa' no llorar.

Y pensar que hace diez años fue mi locura.
Que llegué hasta la traición por su hermosura.
Que esto que hoy es un cascajo,
fue la dulce metedura donde yo perdí el honor.

Que chiflao por su belleza,
le quité el pan a la vieja,
me hice ruin y pechador.

Que quedé sin un amigo,
que viví de mala fe.
Que me tuvo de rodillas,
sin moral, hecho un mendigo,
cuando se fue.

Nunca creí que la vería en un requiescat in pache
tan cruel como el de hoy.
Mire si no es para suicidarse,
que por ese cachivache,
sea lo que soy.

Fiera venganza la del tiempo
que le hace ver deshecho
lo que uno amó.

Y este encuentro me ha hecho tanto mal
que si lo pienso más termino envenenao
Y esta noche me emborracho bien
me mamo bien mamao, pa' no pensar.